"Ela dança com a música de dentro"

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Quando você descobre e consegue lidar com a falta das pessoas o mundo começa a se preencher de cores mais uma vez, enquanto você não entende e não tenta caminhar para frente, o lápis de cor preto estará forte demais para outras cores. 
Céu cinza. Noite fria. Um litrão. 
Então você passa por momentos que nunca achara que chegaria assim, tão cedo. 
Parece ser divertido, e até é divertido. Mas quando a dorzinha inutil volta a contaminar seu domingo vazio, ah então é nessa hora que tuas pernas fraquejam, e nessa hora basta sentar que tudo volta novamente, continua batendo lá dentro. 
Cada dia precisa ser renovado, cada dia precisa de um pouco mais para se fortalecer, cada dia parece não terminar. Até chegar a noite novamente. Esse ciclo se repete. Eu temo acabar, mas não termina, pelo menos parece. Entendo vocês, quando a noite chega, tudo que tinha acumulado se transforma em cinzas, pois com os sorrisos que te apresentam, com a liberdade que deixa voar e com o ardor da música que penetra em tuas veias, te fascina. Levanta, depois derruba.
Nessas noites você percebe que se divertiu, mas quando chega a manhã, te resta dormir, levantar e ver que o ciclo logo [re]começa e lhe interrompe. É exatamente ali que você não admite, mas sabe a falta que um ser pode causar dentro de ti, dentro de mim.
Mais uma vez, solitária no mundo, sentada sem vista pra rua, com essa incompreensão no peito e uma angústia que não desgruda de vez.
Enquanto todos me dizem que preciso ser forte, que o silêncio é arma, a indiferença é o que mata, e viver é preciso, meu único pensamento é em comprar passagens aéreas e sumir pelo mundo.
Deliberar sem mais recados, fugir de toda essa loucura que acomete as pessoas, o medo nojento que os outros têm de dar amor, e receber também em troca. 
O amor é essa ciranda onde todos rodeiam, e cantam, exibem sorrisos e feições de satisfação, em que eu me encontro excluída, sentada num canto, de braços cruzados e cara amarrada. 
Ninguém me convida, e fico apenas atenta, observando os casais que se completam, a vida que se move, e os beijos que não dou, as juras eternas que não escuto. 
Fujo algumas vezes, tapo os olhos em outras, mas a roda incessante e desgovernada apenas brinca de bobinho comigo e minha esperança em ser chamada; garotinha tola que quer se divertir um pouco, e não sabe entrar - apenas pedir, pedir e pedir, nunca penetrando de vez. Se deixando iludir por cartas, e signos, mensagens inoportunas, sinais divinos, que na verdade dizem nada e fantasiam qualquer dúvida posta em questão.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Meu Deus como você me doía de vez em quando, eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno bem no meio duma praça, então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta, mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme só olhando você sem dizer nada só olhando e pensando meu Deus mas como você me dói de vez em quando.
Caio F.

“É, só que dessa vez eu queria muito que fosse diferente.

Dessa vez, com você, eu queria que desse certo”.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

só para ele eu me desmontei inteira porque confiei que ele me amaria mesmo eu sendo desfigurada.
Dai decidi que agora não. Ah, agora não. Tudo de novo? Não.
Então peguei meu celular, assim, meio ocupada, óculos e tal e mordendo o lábio inferior um pouco ressecado e, sem dó, deletei seu número de celular. Deletei as mensagens de texto também. E deletei seu nome e as fotos e a música e tudo.
E deletei você de tudo que me informa da sua vida e do lugar mais difícil de todos: do lixo do computador. 

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

o Tempo passa...

“Engraçado como tudo nessa vida passa. E só o tempo mesmo pra fazer a gente perceber isso. As conversas não são as mesmas, o toque não é o mesmo. Não somos os mesmos, na verdade.
Não sei se é só o tempo ou se é também uma questão de “percepção” das coisas. A gente cria uma pessoa fantasiosa na cabeça da gente que não existe na realidade. E a realidade está bem longe de se parecer com o que a gente criou na nossa cabeça.
Cadê aquela pessoa cheirosa, companheira e linda que a gente imaginava? Não existe mais. Ou talvez nunca tenha existido a não ser na nossa cabeça. É tudo diferente... os papos, o cabelo, a voz... o cheiro do carro. Aff.
Mas é isso aí. Não me arrependo de nada. Tudo serve pra gente aprender alguma coisa. Hoje, estou muito mais madura. Sei exatamente o que eu quero pra mim. Sei também o que eu não quero. E isso eu não quero.
Por isso, eu digo: só entre na minha vida se for pra fazer alguma diferença. To cansada de mala!”

quarta-feira, 15 de setembro de 2010


Aí você lembra que ao chegar em casa, ninguém vai estar esperando ansioso. 
É só você, o controle remoto e a lasanha semi-pronta. 
Mais um dia que poderia muito bem ser apagado. 
Gritaria no trânsito, um almoço sem gosto, a correria de sempre. 
Desperdício de vida. 
Onde está o sorriso que a propaganda de margarina prometeu vir incluso na compra? 
Quando foi a última vez que eu realmente me diverti, dancei até cair, esqueci meus problemas, faltei numa reunião por acordar atrasado? 
Ainda dá tempo de fazer alguém feliz, saltar de pára-quedas, escrever um livro?
Não era uma vez feliz para sempre, porque era a realidade. Era tudo aquilo que jamais seria perfeito. 
Era uma toalha molhada em cima da cama, uma rotina cansativa, uma convivência quase que por obrigação. O vilão não era um clichê de contos de fadas. 
Eram eles mesmos ali, se desgastando.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

como se tivéssemos largado a torneira aberta, por dias, semanas...
Ouvindo a água pingando, batendo na louça, dentro da pia; no ralo, durante a madrugada. 
Mas como se tívessemos tido preguiça de nos levantar da cama, de deixar o quente das cobertas, tirar a cabeça do amassado do travesseiro, de calçar os chinelos e andar até a cozinha pra dar mais meio giro. Apenas metade de uma outra volta que acabaria com o ruído, com o gasto de água, com o barulho dos pingos batendo na louça, no canto do prato, na ponta da faca, no ralo, de madrugada.
Vazamento esvaziando o reservatório por descaso, litros e litros pelo cano por nossa culpa, não, não foi de repente não foi surpresa, nosso amor secou aos poucos, gota a gota... 
E nós ouvimos todos os pingos.

Desisti de sustentar uma imagem e procurar o amor da minha vida no caminho. Quem quiser olhar pra mim vai ter que se conformar com minhas Havaianas roxas e meu cabelo despenteado, minha desatenção e minha falta de correspondência. Ando abatida e pensando demais.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Eu vou embora sozinha. 
Eu tenho um sonho, eu tenho um destino, e se bater o carro e arrebentar a cara toda saindo daqui. continua tudo certo. Fora da roda, montada na minha loucura.
Dá minha jaqueta, boy, que faz um puta frio lá fora e quando chega essa hora da noite eu me desencanto. 
Viro outra vez aquilo que sou todo dia, fechada sozinha perdida no meu quarto, longe da roda e de tudo: uma criança assustada"
(Caio Fernando Abreu, Dama da Noite)

domingo, 12 de setembro de 2010


Saudade é não saber.
 Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

sábado, 11 de setembro de 2010

A paz que eu desejei

Hoje meu banho foi mais demorado. Eu estava pensando em muitas coisas. Boa parte delas foi pelo ralo, mas algumas ficaram. 
Notei que penso em muitas pessoas ao longo do meu dia. 
Pensamentos curtos, outros mais elaborados, e que não tenho mais medo da saudade. 
Às vezes leio coisas que me remetem aos vinhos, às noites mal dormidas e muito bem aproveitadas, às vezes ouço músicas que me levam para um tempo que já passou. E isso já não é ruim. Pelo contrário. Sinto falta da admiração, do cheiro, da textura do cabelo, da minha inspiração diária e da minha inquietação constante.
Agora eu tenho a paz. Apesar de ter lutado noites a fio para tê-la comigo, a maior parte do tempo estou querendo perdê-la. 
Eu a deixo para o lado dentro do portão quando saio, e pago para ver o que pode acontecer.


Fórmula matemática...

"Porque eu me imaginava mais forte. Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente.”

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Já dei tempo ao tempo, mas o tempo não me ajuda
Se tento te esquecer só faço te querer
Tá no meu pensamento sentimento que não muda
Tô louco pra te ver
Só quero amar você...

Arnaldo Jabor

Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam. 
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
Acho que o beijo é importante... E se o beijo bate...
 Se JOGA!

Ainda custo a entender que nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear. E nem todo sexo bom é para descartar... Ou se apaixonar... Ou se culpar...

Às vezes não vale a pena comprar um porco inteiro só para ter uma lingüiça rsrsrs

Sabe nem sempre as coisas são como você gostaria que fosse...

A maioria das pessoas não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu.
Somos livres para optarmos! E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento... 
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver...

Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível! Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém.

O legal é encontrar alguém que está com você, só por você. 
Gostar dói. E Existe gente que precisa da ausência para querer a presença. 
O ser humano não é absoluto.
 
Se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.
 Nada de drama. 
Que graça tem alguém do seu lado sob pressão?
Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado.
Antes idiota que infeliz!
Na vida e no amor, não temos garantias

E o bom da vida, é que você pode ter vários amores

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Palavras e Silêncio: Espreguiçar

Palavras e Silêncio: Espreguiçar: "Bom dia, disse ele, carregando uma caneca de café nas mãos. Sorri com preguiça, espreguicei-me entre as cobertas, esfreguei os olhos e ajeit..."
Mas sabe duma coisa...Amanhã.
Amanhã eu vou começar a pensar em outra pessoa, que me queira bem e me faça muito feliz,
mas só amanham... Hoje não.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Hoje...

Eu até já me esqueci de você.
De você e de todos os corpos onde você esteve representado.
Esqueci de cada filme que assisti deitada em seu peito, sem conseguir destinguir direito a sonoplastia das bastidas do seu coração, de cada olhar de intimidade que trocamos, de cada lingua e idioma que conhecemos, de cada noite fria, de cada noite de sono mal dormida no sofá, de cada serenata, do nosso lugarzinho preferido, cheio de areia, dos nossos gostos e paladares.
De tudo o que esqueci, a única coisa que me faz falta é sentir alguma coisa, sentir raiva, sentir amor, sentir simpatia, achar que o dia amanhaceu mais bonito depois de uma noite com você; achar que o mundo acabou depois de um dia de indiferença. Sentir a mim mesma, sentir minha essência.
Eu nem lembro mais como é sentir, nem sinto mais frio.
Dizem que isso é amadurecer, é crescer com a dor, aprender com a dor, mas não vejo vantagem. Não vejo vantagem em ter me tornado fria como cada versão de você que já me machucou, tão oportunista como cada você que me usou, que me esgotou emocionalmente como quem não percebe seu feito.
Admito que, agora que me tornei uma versão feminina do seu monstro, eu entendo como todos os você puderam ser tão crueis. Nós somos odiosos e nem nos importamos com isso, normalmente até achamos graça mas, no fundo,todos nós sabemos que não há graça nenhuma em tornar todas as pessoas em quem tocamos, mais cinzas. Nós sabemos porque, mesmo tendo esquecido, toda vez que olhamos um nos olhos do outro nós vemos aquele brilho, sabemos que algo ainda está lá e como isso esquenta cada pedaço de nós.
Acredito que, como todos os você antes incompreendidos, eu aprendi como evitar esse mal estar de lembrar que um dia eu podia sentir: é só nunca mais olhar nos seus olhos.



de: trespquatro.blogspot.com